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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Emoções de Deus - Parte 3 de 9 - Porque o Deus bíblico é tão humano




A maioria das religiões fala de um reino além do mundo natural, um reino sobrenatural cheio de pessoas sobrenaturais. Essas pessoas tem desejos e lealdades e outras qualidades psicológicas humanas.

No caso do cristianismo tradicional, os seres sobrenaturais incluem, anjos e demônios, almas humanas e Deus em 3 pessoas, a santíssima trindade.

Mas o que é uma pessoa?

Há alguns anos a minha filha Brynn então na 6º série, escreveu uma apaixonada redação sobre a humanidade de galinhas.

- Galinhas deveriam ser consideradas pessoas – Disse ela. Porque elas estão conscientes com sentimentos, tem preferências e intenções. Elas experimentam prazer e dor, elas sabem do que gostam, elas tem distintas personalidades.

Ela argumentava que as galinhas deveriam ser tratadas gentilmente e que não tivessem seus bicos cortados.

O Livro ‘Science Without Bounds’ de Arthur D’Adamo. Tem uma abordagem diferente do que o bem estar das galinhas: Ontologia, a natureza da realidade.

O seu livro explora ontologias que definem a realidade final, em outras palavras Deus como uma pessoa que contrasta com aqueles que o não fizeram. O seu tratamento é profundo e cheio de nuances e eu recomendo.

Mas sua definição de humanidade é impressionante similar as da minha filha Brynn. Ela incluí consciência, intelecto e emoções. A personificação de Deus, D’Adamo argumenta, está no coração do teísmo abraâmico, incluindo as crenças e praticas cristãs. Mesmo quando o crente diz que ele acredita em um Deus mais abstrato dos teólogos, a maior parte não, ao menos não completamente, nas suas vidas diárias, e em um estudos de laboratório, eles falam e se comportam como se falassem com um Deus que seria como uma pessoa.

Por exemplo, estudantes que dizem que Deus estaria fora do tempo, ainda assim analisam a história como se Ele completasse uma tarefa e depois fosse para outra. Também nosso cérebro é inclinado a naturalmente interpretar estímulos físicos, como pedras, navios, bichos de pelúcia ou nuvens em termos antropomórficos e deuses não são exceção.

Quando nós somos crianças, uma das maneiras que adquirimos independência dos nossos pais de carne e osso é criando cópias virtuais em nossas mentes. Os psicólogos chamam isso de PAIS INTROJETADOS. Isso traz vantagens ao desenvolvimento. Quando você ouvir a sua mãe em sua cabeça dizendo: não atravesse a rua sozinho, querido. Então você não precisa dela o tempo todo olhando para você.

A mãe virtual assume o trabalho da mãe do mundo real. O lado negativo é que passamos anos de nossa idade adulta, tentando tirar a voz de nossos pais da cabeça, mas sem essa habilidade de ter um relacionamento com uma FIGURA VIRTUAL AUTORITÁRIA, as crianças ficariam travadas. Existe um fluxo natural de um pai terreno introjetado para um pai celeste (aqui surge o que Freud quer dizer que Deus é um representação do pai como autoridade máxima), e as pesquisas sugerem, que se os pais de um crente foram bons ou cruéis, autoritários ou amorosos, ajuda a definir a personalidade do seu Deus.

Apologistas Cristãos, defensores da fé, usam palavras sublimes e abstratas, eles argumentam pela possibilidade da existência de uma mais alta forma abstrata de Deus que existe fora da realidade da razão humana e fora do alcance da ciência, mas o que vários querem é algo mais especifico.

Para criar espaço intelectual para sua crença no deus pessoal da Bíblia, eles desenvolvem argumentos abstratos para proteger a fé em algo emocionalmente mais satisfatória, primitivo e humanoide.

Nessa empreitada eles são semelhantes a uma grande variedade de crentes religiosos. Monoteístas fazem 4 perguntas básicas sobre Deus:

- Deus existe?
- Como é deus?
- O que Deus quer de nós?
- Como podemos conseguir aquilo que nós desejamos de Deus?
Na realidade a primeira dessas questões ‘Deus existe?’, tende a ser interessante, só que no contexto das outras três. Em outras palavras, Deus só é interessante se Ele é Sabível e tem o que os psicólogos chamam de relevância hedônica.

Por relevância hedônica eu quero dizer, entendendo e satisfazendo Deus, eu posso fazer minha vida melhor ou pior.

Se Deus é definido em um nível de abstração que poderia satisfazer muitos cientistas filosóficos e teólogos modernos, Deus se torna imediatamente desinteressante para a grande maioria dos crentes. Levamos em consideração a frase de Albert Einstein:

Eu acredito no Deus de Spinoza que se revela na ordem e harmonia do que existe, não em um Deus que se concentra nos feitos e ações de seres humanos. Eu não posso imaginar um deus que pune os objetos de sua criação, cujos propósitos são modelados por nós mesmo.

No cristianismo, o bispo John Shelby Spong dá um passo em tentar tornar a visão relevante, ele diz:

Eu não penso em um Deus de maneira teísta, ou seja, como um ser, com poderes sobrenaturais que vive além dos limites do meu mundo, eu prefiro experimentar deus como a fonte de vida, deixando-me viver plenamente. A fonte do amor, me chamando para amar sem restrições, e para emprestar uma frase do teólogo Paul Tilich ‘ a base de todo o Ser chamado a ser tudo o que eu posso ser’’.

Contraste isso com o deus dos cristãos evangélicos:

- ‘Deus me ama!’
- Eu tenho um relacionamento pessoal com Jesus!
- Se eu pedir a Deus em uma prece qualquer coisa, eu serei atendido.
- Pessoas que morrem vão para o inferno ou para o céu.

Entender as emoções é irrelevante para entender o Deus de Einstein ou Spinoza. Porque o Deus de Spinoza e Einstein, não é personificado e não tem emoções. O mesmo é verdade para o deus de Spong.

Por outro lado, se alguém está buscando acessar uma visão cristã mais tradicional ou ortodoxa, por exemplo, o conceito evangélico de Deus, então entender emoções é extremamente relevante. De fato, um dos atributos que definem o Deus ortodoxo é na verdade uma EMOÇÃO: Amor.

Os evangélicos chamam a si mesmos de Bíblicos ou cristãos que creem na Bíblia. Muitos deles orgulhosamente proclamam a bíblia como sendo literalmente a perfeita e completa palavra de Deus. De fato, críticos frequentemente se envolvem em bibliolatria ou ADORAÇÃO de textos.

Mesmo que seja certo ou errado, literalistas bíblicos como evangélicos apoiam a prioridade de suas vidas e esperam pela eternidade e pelo conceito de Deus dos escritores bíblicos, e os escritores da Bíblia pensaram em um deus como uma pessoa, que não apenas ama, mas se manifesta como sendo um suporte completo para as emoções.

- Isso é ridículo;

Alguns cristãos modernos protestam. É óbvio que quando a bíblia fala das emoções de Deus ela está falando como metáfora. Mas por uma série de razoes esse argumento é fraco.

1.                      Historiadores da religião e filosofia nos dizem que a teologia tem um fluxo que está definido por um registro histórico, da mesma forma que podemos estudar o fluxo da evolução no registro geológico. Nós temos a tendência a projetar a nossa cultura intelectual, incluindo abstrações, como conceitos de deuses abstratos.

Mas durante o período Arial, quando as maiores religiões do mundo emergiram, os deuses Shive, Zeus, Mitra e Yahweh, eram DEUSES PESSOAIS.

2.                      Se você olhar para o registro interno da bíblia em si, os primeiros documentos foram interpretados literalmente pelos escritores posteriores. Por exemplo o livro de Matheus dá a entender um entendimento literal dos eventos do antigo testamento.

3.                      Os literalistas dizem que a Bíblia foi inspirada e até mesmo ditada por Deus aos seus autores. Se este for o caso, dizer que as emoções de Deus na bíblia são simples metáforas, fariam Deus um péssimo escritor.

Um bom escritor não usa metáforas que ele ou ela sabem que podem ser erroneamente tornadas como literais. Comunicação não é só transmitir, mas é também conhecer sua audiência.

Hoje em dia, muitos e muitos cristãos entendem o conceito das emoções divinas literalmente, assim como seus ancestrais espirituais. Dizer que Deus estaria se comunicando em metáforas através dos autores da Bíblia é o mesmo que dizer que Deus necessita de treinamento em comunicação.

Para o resto desta série sobre as emoções de Deus, eu vou assumir que a maioria dos cristãos na maior parte querem aquilo que eles dizem quando eles usam palavras como ‘Deus te ama’, ou que ‘Deus está enjoado com a homossexualidade’ ou ‘Deus está aflito com nossos pecados ’.

Nós devemos a nós mesmo, não jogar jogos de palavras com as questões mais importantes de nossas vidas e salvo evidencia em contrário, nós devemos interpretar as palavras pelo seu significado direto e se nós valorizamos a honestidade, integridade e a busca pela verdade, nós devemos ao mundo, perguntar o que essas palavras significam.

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Item Reviewed: Emoções de Deus - Parte 3 de 9 - Porque o Deus bíblico é tão humano Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli