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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Terminando o Relacionamento com Deus II



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Foi com essa profunda paixão que crescia em significado, que eu senti por toda minha vida, que eu expressei em uma única sentença, a profunda realidade experimental, que eu sentia que a presença de Deus tinha sido em minha vida. Apesar de qualquer coisa que o professor estivesse dizendo sobre a Bíblia, mesmo se toda a bíblia for um mito, isso não afeta o fato de que eu me comuniquei com a mente por trás dessa existência e que eu chamo essa entidade de Deus.

Se eu cheguei a ele através de uma ilusão, então foi para o bem maior, porque Ele usou essa ilusão para me levar até Ele. Mesmo que está ilusão tenha sido feita por criadores humano.

A resposta do professor para essa significante afirmação foi:

‘Essa é uma sentença muito profunda e belamente escrita.’

 Ninguém havia respondido as minhas afirmações de fé dessa maneira, em toda minha vida eu experimentei um de dois extremos, ou as pessoas concordavam completamente com a minha frase e compartilhavam todo o seu amor e a experiência de Deus comigo, ou as pessoas desconsideravam a minha afirmação, diziam que era porcaria e me chamavam de iludido.

De uma única vez, o professor deu a minha fé o sincero respeito e negou a intenção de seu poder.

‘Essa é uma sentença muito profunda e belamente escrita. Mas talvez seja tudo o que ela é. ’

Eu de repente encarei a possibilidade, de que a minha percepção de Deus fosse SÓ Beleza. Como uma peça de arte cuidadosamente construída, como palavras cuidadosamente construídas. Talvez a beleza fosse tudo que Ele era, como um poema ou uma história que era profundamente comovente mas não verdadeira.

O professor foi capaz de mostrar respeito pelo poder da minha crença, sem que ele acreditasse nela. 

Essa resposta era duas coisas, nova e profundamente perturbadora para mim. Mas eu não devia desistir, eu sabia que Deus era real e eu sabia que Ele me salvaria até das conclusões mais perturbadoras. Eu sei que mesmo que eu acabei caindo e queimando no conhecimento que você me disse, Deus iria me Levantar. O professor respondeu, ainda tentando me desencorajar de continuar conversando com ele:

‘Mas Chris, essa é exatamente o tipo de Fé que vai desintegrar-se, se você continuar procurando. O seu inteiro universo de valores e percepções podem ser destruídos. ‘

Eu respondi perseverar sem ver é exatamente o que significa fé. Também o professor não sabia que falar com ele era tudo o que eu tinha. Se eu voltasse eu só estaria retornando para a minha incrivelmente vazia vida na igreja e esperando uma conexão com Deus.

Essa conversa se tornou a  minha única linha vital para comunicar-se com aquela paixão. Era a única maneira de eu ver a face de Deus novamente, eu não pararia. Eu não tinha escolha. Essa conversa era a única maneira de eu ver a vontade de Deus, e então o professor finalmente desistiu, plenamente e completamente, a minha busca para que me dissesse em totalidade o que ele pensava de Deus.

Ei fiquei forte. Certo de que Deus me Resgataria de alguma maneira. Certo de que Deus me mostraria algo que o professor já não tivesse visto.

Por 4 dias intensos, eu lutei com suas crenças. Eu tentei encontrar furos em seus argumentos e experiência. Eu tentei falar coisas sobre Deus que ele nunca ouvira antes, mas falhei. Nada que eu disse parecia convencê-lo.

Para cada furo que eu tentava encontrar em sua lógica, ele revelava cinco novas na minha. O que era mais desconcertante para mim, é que minhas afirmações originais de fé, não pareciam ter nenhum efeito em suas crenças.

O Espírito Santo não parecia estar alcançando o professor através de mim, apesar da sua mente aberta e honesta. Isso era mais uma evidência de que talvez minha experiência com o Espirito Santo tivesse sido vazia e imaginada.

Isso me fez pensar por um momento. Eu ignorei o pensamento e segui na batalha, certo de que minha fé me salvaria.

Eu disse a ele que eu estava tentando lutar contra 65 anos de experiência, para encontrar falhas em sua argumentação, e isso era extremamente difícil. Ele me disse que o que eu estava tentando fazer era improdutivo. Ele me disse então que dado o fato de que ele claramente era mais educado e experiente com esses assuntos, que eu deveria sentar, relaxar e tomar notas.

Eu precisava entende-lo antes de achar que eu teria qualquer base para dissecar as suas crenças. Eu concordei com ele.

Então, eu sentei, relaxei e ouvi sem interromper, ao que o professor tinha a dizer antes de tentar refutá-lo. Então ele começou:

‘O conceito de Deus é intrincado e profundo. Se fosse real, teria drásticas consequências para o mundo em que vivemos, mas em toda a academia, em todas as disciplinas, não encontramos qualquer razão para acreditar que seja algo mais que um conceito. Dado o que sabemos, Deus é SÓ um conceito.’

As palavras do professor ecoavam os sentimentos do filósofo Jean Baudrillard. Cujo trabalho eu encontrei poucos meses antes.

Baudrillard define o termo Simulacro, como algo que é somente uma imagem de algo real ou imaginário, mas que se interage como se ele realmente fosse aquilo que representa.

Essa realidade pode ser chamada de simulação do que é a interação real com a coisa real seria. Então por exemplo, se alguém usa um pingente e acredita que ele dá sorte, o pingente físico virou um simulacro de um pingente mágico. Para quem o usa, ele representa a imagem de um pingente mágico e é tratado diretamente como se ele fosse mágico.

Quando uma pessoa acredita que o pingente lhe traz sorte, então está simulando a experiência de que o pingente é mágico. O pingente físico pode ser completamente mundano e não ter propriedades mágicas de qualquer espécie, mas para quem o usa, está simulando uma experiência mágica em sua mente. Muito embora o pingente ser algo nada mágico, mas através de eventos afortunados são percebidos como sendo seu poder mágico fazendo acontecer esses eventos afortunados.

Alguém pode pensar o mesmo de imagens e ídolos para quais reza que são representações diretas de deuses. Podendo ser fotografias, pertences ou lembranças de amados que faleceram. Há pessoas que falam com eles como se eles tivessem de fato a consciência do que se espera.

De acordo com Baudrillard e o professor, Deus em si como experimentado pelos religiosos, seria outro simulacro, uma imagem, representando um conceito de um ser supremo e sobrenatural.

Os religiosos simulam a experiência desse ser supremo em suas mentes, interpretando assim o que de outra maneira seriam eventos naturais. Mas essa experiência não envolve um ser supremo atuando neles de forma alguma. Assim quando eu experimento emoções profundas daquilo que eu percebo ser o Espirito Santo, eu estava de acordo com Baudrillard somente simulando, subconsciente em minha mente como eu me sentiria como se o Espirito Santo de fato estivesse dentro de mim.

Eu experimentei emoções verdadeiras, mas elas eram respostas a uma experiência simulada. Ela parecia real porque minha mente a tornava real. Os nossos cérebros aparentemente são profundamente adaptados para criar simulações para nossa consciência experimentar.

‘O que eu posso dizer com base na literatura’, continuou o professor. ‘A principal função psicológica de um conceito de Deus pessoal é dar ao crente um pai substituto. Algumas mentes são capazes de se livrarem de figuras paternais outras não podem ou caem em comportamentos destrutivos sem elas. Mentes nessa categoria, dependem da religião.

O conceito de Deus é útil para motivas e pacificar os outros, mas não é uma realidade que você ou eu devemos aceitar para nós.’

Ao ler a resposta do professor, eu não iria aceitar essas hipóteses sem critica-las e checa-las por mim mesmo. Eu realmente fiquei com o pé atrás com essa linha de raciocínio. Eu nunca pensei muito sobre a possibilidade psicológica, pudesse explicar MINHA HISTÓRIA COM DEUS. Agora que o professor demonstrou a relevância da psicologia, essa linha de raciocínio ficou tão óbvia para mim, que foi DEVASTADOR.

Será que a voz de Deus que eu ouvi toda minha vida era a minha própria voz?Era minha proporia mente que estava por trás dessas profundas frases? Foi minha própria mente que subconscientemente me fez crer que Deus me direcionou para essa conversa? Foi cada imagem ou voz que eu vi ou ouvi, resultado da minha própria imaginação e raciocínio?

Será que meu relacionamento com Deus estava de repente falhando, porque a simulação estava quebrando¿ Todos os conceitos de Deus eram só ilusões?

Essa possibilidade eram um tanto amedrontadoras como devastadoras. Mas eu decidi não desistir assim tão facilmente. Eu ainda tinha tantas outras razoes para crer em Deus. Não tinha?
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Item Reviewed: Terminando o Relacionamento com Deus II Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli