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quarta-feira, 15 de abril de 2015

A Escravidão e a Bíblia



    Há muito tempo, quando eu era cristão, não via problema nenhum em diversos relatos Bíblicos. Aceitava diversos relatos sem questionar e nem mesmo era capaz de ver o que havia de errado neles. Para avaliar o texto Bíblico é necessário avaliar a cultura e o contexto histórico, assim como Leis, Regras e moralidade.

    Nos tempos modernos, apoiar a escravidão é algo terrível. É uma desonra aos direitos humanos e a tudo o que conquistamos com nosso progresso e desenvolvimento. Claro que existem milhares de pessoas que defendem a Bíblia como um bom livro, excelente para comportamento e assim por diante, porém a verdade está muito longe disso.

    A primeira questão a ser levantada é que se Deus é tão bom, qual a razão dele não se levantar e se posicionar contra a Escravidão logo de inicio? Vejo religiosos defendendo o Deus Bíblico de diversas formas, porém parece que tais pessoas sofreram de alguma amnésia e se esqueceram que o povo de Israel, suas Regras, Leis e sua Moral, eram aprovadas e aceitas por Deus diretamente e indiretamente, portanto se o povo de Israel tinha escravos em seu meio, logicamente Deus tinha aprovado a escravidão.

   De fato, temos diversos textos Bíblicos demonstrando a posição de Deus quando o mesmo desaprovava algo. O dilúvio é um ótimo exemplo, as pragas no Egito, entre outros, demonstram como Deus se posicionava contra aquilo que não aprova. Levando este ponto em consideração, se Deus não estivesse satisfeito com a Escravidão ele teria punido o povo, como fez diversas vezes, porém não o fez, logicamente Deus aprovará a Escravidão. Não existe um meio de Desligar Deus das práticas e costumes, assim como não tem com desligar Deus da moralidade Israelita.

     A Segunda pergunta que surge naturalmente é que Deus sendo um ser totalmente poderoso, poderia oferecer as Leis e a Moralidade dos dias modernos ao invés de oferecer uma moralidade e Leis que seriam modificadas com o passar do tempo, como Deus poderia oferecer algo que seria um peso para milhares de pessoas e que colocaria em dúvida a mudança de pensamento de deus? Mas como Deus poderia mudar de ideia se o mesmo não muda de ideia? A palavra não dura para sempre e é eterna? Se você é religioso e não fez essas perguntas, me desculpe, mas você vive na doce inocência de sua crença.

    O problema para o teísta é que, a Cultura Israelita, assim como suas Leis e Regras, podem ser explicadas sem a necessidade de adicionar Deus a questão. As Leis de Israel e sua Moralidade, não eram assim tão distintas ao tempo ou cultura de sua época, ou seja, podemos olhar ao redor para outras civilizações no tempo de Israel e perceber uma evolução parecida ou idêntica a de Israel.

    O que quero que entenda é que os costumes, a moralidade, as Leis e as mudanças que ocorriam com o passar do tempo, aconteceram como deveria acontecer com ou sem a interferência divina. um exemplo simples é que os 10 Mandamentos qualquer líder poderia ter escrito e neles não existem nada de especial ou diferente. Moisés era supostamente um líder no Egito, porque ele não seria capacitado de escrever as Leis e os 10 mandamentos? 30 Dias em uma montanha não seriam o suficiente? Além do mais o livro de Levítico é bem interessante quando se fala de detalhes. O que é bem interessante pois escrever os Detalhes em diversas Regras, baseadas no que se pode comer ou não comer, o que se pode fazer ou não fazer, deixam na mão os 10 mandamentos, já que o mesmo não é rico em detalhes ou explicações. . Se parar para perceber escrever os 10 mandamentos sem dúvida foi muito mais fácil do que escrever diversas linhas sobre frutos do mar ou sobre detalhes de higiene que influenciaria todo o povo.

   Se um homem foi capaz de escrever livros, como o de levítico, número e deuteronômio, sem dúvidas este homem estava mais do que capacitado para escrever os mandamentos de Deus.

   Em relação a escravidão os religiosos defendem este feito de forma interessante. Mesmo que a escravidão seja algo que não é apreciado nos tempos modernos, a mesma é justificada como correta pela forma como ela era feita.

   Como eles intitulam a Escravidão da Bíblia como a melhor para os escravos, ao mesmo tempo não negam a escravidão e os textos em que as mencionam. Nem Deus, nem os autores dos escritos antigos, crucificam a Escravidão como algo negativo, de fato, instruem como a escravidão deve ser feito e porque deve ser feita. Existe apoio até mesmo do Patriarca Paulo e Jesus mesmo com seu discurso de Amar o próximo, não se opunha contra a Escravidão. Temos basicamente toda a Bíblia apoiando a escravidão.

    O intrigante em toda a história é que, a escravidão passou a ser algo negativo no mundo. Lutamos contra qualquer forma de escravidão, mesmo que muitas pessoas nos chamem de escravos modernos, o que acho um absurdo, mas tais pessoas gostam de utilizar tais frases de efeito. Hoje, os próprios religiosos avaliam a Escravidão como algo negativo para o mundo moderno, e se colocam contra a Escravidão. Tal posição que está contra a Cultura e a prática de Israel em seu tempo de Glória. O intrigante é que agora Deus não aprova a Escravidão.

   Este é o ponto muito importante, pois podemos explicar este comportamento de Deus da seguinte forma. Conforme o tempo foi passando a humanidade foi evoluindo e aumentando o conhecimento e progresso. A área de Direitos humanos tem enorme prestígio e se tornou um orgulho no mundo moderno. As Leis e Regras tem mudado muito desde os tempos antigos, porém toda a mudança pode ser explicada naturalmente, através da evolução e mudanças através do tempo. Então porque Deus muda de ideia?

   Primeiramente devemos compreender o contexto do povo de Israel e suas mudanças com o passar do tempo. Este povo acreditava em um determinado Deus, e para este povo Deus era o principal responsável por tudo. Porém em outras civilizações, existia a crença em diversos outros deus e que esses deuses seriam os principais responsáveis por tudo. Espera-se que em cada mudança natural, cada regra acrescentada ou removido, tenha a aprovação de deus, já que um determinado povo acredita neste Deus.

   Como nos tempos modernos a Moralidade mudou enormemente comparada aos tempos antigos, então os religiosos também mudaram de posição sobre diversos assuntos. Como os religiosos mudaram de posição mais uma vez, então Deus também mudou de opinião. Isto porque o que os religiosos sentem como certo, dizem que é Deus dizendo que é certo. Então as Leis mudam e para melhor, e a escravidão é aceita com negativa, baseada no que eles sentem é Deus falando com eles. Eles então passam a ver a escravidão como algo negativo e ruim e Deus não quer isso.

    A frase que eu gosto de utilizar quando falamos de assuntos como esse é que:

   Quando o Religioso muda e o ambiente pede mudanças a religião, a religião tem duas escolhas: perder sua influência ou se adaptar aos novos tempos. 

    Toda vez que a religião não se adaptou as mudanças, grandes problemas aconteceram para contra a humanidade. Pode-se afirmar que a vontade de Deus é modifica segundo a vontade religiosa. Mesmo que a Bíblia diga que deus não muda de ideia, temos uma clara mudança de Ideai sobre a escravidão. Esse é apenas um dos diversos problemas que os religiosos devem enfrentar, porém oferecem respostas fracas e justificativas que não resolvem o problema, apenas tira ainda mais nossa paciência.

   Seja o sistema de Israel no passado bom ou não, continua utilizando o sistema de escravidão. Tal sistema tem a provação Divina (segundo o povo de Israel e os relatos Bíblicos) e naturalmente a aprovação dos religiosos modernos com suas justificativas.

   O ato de Deus, ser totalmente bondoso e aprovar a Escravidão estão em oposição e não existe justificativa boa o suficiente para dizer que deus é totalmente bondoso e mesmo assim aprovava a Escravidão. Além do mais, Deus sendo totalmente bondoso, qual a razão de não utilizar as Leis e a Moralidade moderna? A Moralidade e as Leis de Israel podem ser explicadas sem a necessidade de acrescentar Deus.
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Item Reviewed: A Escravidão e a Bíblia Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli